HG realiza pela primeira vez cirurgia de Comunicação Interatrial
O Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá realizou nesta terça-feira (27) a primeira correção de Comunicação Interatrial (CIA), por via percutânea. O procedimento acontece via cateterismo, substituindo uma cirurgia cardíaca (de peito aberto) para casos de cardiopatia congênita.
A boa notícia é que há 15 dias o Ministério da Saúde, através da Portaria nº 63, de 12 de novembro de 2018, incorporou essa cirurgia de alta complexidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, o Hospital Geral poderá realizar esse procedimento através de nova contratualização do serviço com as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde.
O médico cardiologista da Sonicardio, Dr. Danilo Arruda explica que esse procedimento que está sendo feito no Hospital Geral utiliza uma técnica menos invasiva que insere, por meio de cateterismo, uma prótese de oclusão do orifício causador da doença. Os pacientes com cardiopatia congênita nascem com uma comunicação interatrial, que é um orifício no septo que divide o coração em dois lados.
“Antes, esses casos eram resolvidos por cirurgia de peito aberto, onde era colocado um reparo cirúrgico e em seguida suturava. A cirurgia de correção de comunicação interatrial por via percutânea substitui esse procedimento, que é feito através de um cateter que migra por uma veia da perna e vai até o coração, liberando uma prótese e fechando essa comunicação”, disse o especialista.
O médico explica que a comunicação interatrial tipo “ostium secundum” corresponde a cerca de 10 a 12% de todas as cardiopatias congênitas, sendo uma das lesões mais frequentes na prática clínica. “O lado direito e esquerdo do coração não se comunica. Com essa doença, eles passam a se comunicar pela presença de um orifício. O sangue se mistura e vai mais para o lado direito, aumentado o tamanho do coração neste lado”.
Dr. Danilo esclarece que, ao longo dos anos, esse aumento do coração gera arritmias, podendo provocar insuficiência cardíaca, quando o coração não consegue bombear suficientemente o sangue. Porque vale lembrar que nem todas as CIAs podem ser tratadas pelo cateterismo cardíaco.
Existem várias vantagens do tratamento percutâneo sobre o cirúrgico, dentre elas o fato de não precisar abrir o peito do paciente. Assim, como a recuperação que é bastante rápida e garantindo alta em 24 horas, bem como menos complicação que uma cirurgia cardíaca. Além disso, o tempo de realização do procedimento é reduzido consideravelmente, levando apenas entre 30 minutos a uma hora, desde a anestesia do paciente até o término do procedimento.
O diretor clínico do HG, Dr Antônio Figueiredo destaca que essas cirurgias pelo SUS, irão diminuir a fila de espera para os procedimentos cirúrgicos que tratam de CIA. “Quem ganha com tudo isso é o paciente, que não irá ficar esperando meses para fazer esse tratamento”.
Fonte: Soraya Medeiros
Fonte: Soraya Medeiros