Serviço de Fissuras do Hospital Geral pede ajuda para construir Casa de Apoio para pacientes e acompanhantes
O Serviço de Reabilitação de Fissuras Lábiopalatinas do Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá (HG) é destino para muitas pessoas que precisam de tratamento do lábio leporino.
O serviço é referência pelo Ministério da Saúde desde outubro de 2008, e este ano irá completar 15 anos. Atualmente atende 1,5 mil pacientes de diferentes faixas etárias, a maioria vem de outras cidades do interior e até de outros estados, sendo que 80% dos pacientes são crianças.
Todas as crianças e adolescentes vêm acompanhados de seus familiares. Porém, quando há necessidade de internação, muitos deles não têm condições de pagar hospedagem e alimentação.
Diante desta problemática, a equipe de profissionais do Serviço de Fissuras do Hospital Geral, tomou a iniciativa de sair em busca de captação de recursos, como: terreno, materiais de construção e parceiros para a construção de uma Casa de Apoio que venha abrigar estes pacientes com malformações congênitas.
A coordenadora do Serviço de Fissuras do HG, Yolanda Barros explica que a iniciativa surgiu da necessidade de haver um espaço na capital para acolher o grande número de pacientes que saem de suas cidades em busca do tratamento. As casas de apoio existentes em Cuiabá os recebem, porém estão sempre lotadas de pacientes com diversos tipos de doenças o que não é aconselhável para as crianças e bebês.
“Tivemos vários casos de crianças que, ao chegarem à casa de apoio e terem contato com outros pacientes, adoeceram e não puderam operar, fazendo com que a família retornasse para a cidade de origem para voltar novamente no próximo mês”, disse.
Uma das fundadoras do serviço no Hospital Geral, Kátia Tavares Serafim esclarece que o ideal seria que crianças e adolescentes com esta anomalia sejam acolhidos em local adequado apenas às suas necessidades, onde possam permanecer alguns dias na cidade de forma agradável e humanizada e com amparo aos seus familiares ou acompanhantes.
“Hoje já são mais de mil pacientes vindos do interior de Mato Grosso e como ainda não temos um local específico para abrigá-los, muitos se ausentam nas consultas e cirurgias, acarretando interrupções e consequentemente sequelas indesejáveis, além de atrasar todo o processo reabilitador”, destaca Kátia.
Primeiro passo
Na última segunda-feira (13), os formandos do curso de Arquitetura da Universidade de Cuiabá, Camila Albuquerque, Cristiane Duarte, Larissa Cristina da Silva, Letícia Lira e Lucas Gomes, orientados pela professora Ana Cristina Hillesheim, elaboraram como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), o projeto arquitetônico da Casa de Apoio Santa Apolônia. Eles oficializaram a entrega do projeto concluído para a Equipe de Fissuras do HG.
A Casa de Apoio levará este nome porque a Santa Apolônia é a padroeira dos cirurgiões dentistas.
Tratamento
Yolanda conta que o tratamento é de longo prazo, as consultas são agendadas em diferentes dias da semana, além dos exames pré-operatórios que são realizados no hospital. Com isso, as pessoas que moram em outros municípios, são obrigadas a permanecerem em Cuiabá para que a reabilitação seja efetiva.
Kátia, destaca que essa malformação, assim como outras craniofaciais congênitas possuem diversos graus de intensidade e estão ligadas a fatores genéticos e ambientais como por exemplo, infecções durante a gravidez. A fissura lábiopalatina é a mais comum entre os seres humanos podendo, se não tratadas afetarem a fala, alimentação, audição, dentição, além de causarem distúrbios respiratórios.
“O tratamento desta malformação deve iniciar-se ao nascimento e concluído por volta dos 18 aos 20 anos de idade. A interrupção neste processo geram seqüelas estéticas; funcionais e emocionais e, portanto interferem na qualidade de vida e inserção social do indivíduo” ressalta Kátia Serafim.
Fonte: Soraya Medeiros
Fonte: Soraya Medeiros