Comissão de Feridas do Hospital Geral de Cuiabá mostra como trabalho da Enfermagem é essencial para MT
O papel do enfermeiro no cuidado da saúde é conhecido, principalmente, pela sua atuação nos hospitais como parte da equipe de saúde. O que muita gente não sabe é que o tratamento de feridas é uma das atuações desses profissionais. Sendo o enfermeiro o principal responsável pela avaliação e o cuidado de feridas, dentro do hospital, em uma clínica especializada ou através de home care.
Pensando nos cuidados desses pacientes com lesões de pele, o Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá (HG) criou uma Comissão de Tratamento e Prevenção de Feridas na unidade. A comissão é coordenada pela enfermeira Naila de Camargo Dalmaz e faz parte das práticas de humanização da equipe assistencial de enfermagem.
As lesões de pele são consideradas um problema de saúde que pode acarretar dificuldades na vida de pacientes. Por isso, o cuidado com o bem estar e tratamento dessas pessoas é de extrema importância para a equipe de enfermagem do Hospital Geral.
Segundo a enfermeira Naila, no tratamento de feridas na pele, a autonomia do profissional de enfermagem é observada quando ele avalia o paciente com a lesão, traça uma conduta, acompanha e tem um resultado positivo. Para ela, contra resultados, não há argumentos.
“Os enfermeiros que trabalham com esses cuidados devem sempre estar munidos de conhecimento específico, baseado em evidências científicas, que possam proporcionar a correta avaliação da lesão, a adequada execução da técnica de curativo e com isso, uma assistência de qualidade a esses pacientes”.
Visando a segurança do paciente e a realização de uma assistência sistematizada para os pacientes já com lesões na pele, o Hospital Geral e Maternidade de Cuiabá viu a necessidade de criar uma Comissão de Prevenção e Tratamento de Lesões na Pele, a fim de minimizar o surgimento dessas lesões e prestar assistência a todos os pacientes já acometidos por algum tipo de ferida, contemplando a avaliação de risco para desenvolvimento de lesão, como também o emprego do tratamento adequado e acompanhamento da evolução das existentes.
Naila ressalta que no ano de 2021 foram atendidos 25 pacientes com feridas complexas ou alto risco para lesões de pele, entre eles pacientes com diabetes, neoplasias, insuficiências vasculares e outras enfermidades. Eles tiveram os casos resolvidos com 100% de sucesso de cura.
O resultado do trabalho é recompensa para as enfermeiras
Como é o caso da paciente, A.E.F, de 61 anos, que deu entrada no hospital com diagnóstico de pé diabético e proposta de amputação do membro. “É muito gratificante, podermos atender esses pacientes e depois ver todo o trabalho da cicatrização e prevenção. Dá uma satisfação gigantesca, pois conseguimos perceber nossa valorização como profissionais, quando vemos a cura desses pacientes. Claro que não temos 100% de sucesso. Pode ser que cuidemos e lutamos muito por um paciente, mas que acabe precisando amputar o membro ainda assim. Só que, no geral, estamos muito felizes com o resultado do nosso trabalho”, informa a enfermeira referência e membro da Comissão, Dyangra Neres.
Outro caso que teve muito sucesso, foi do paciente, O.Z, de 60 anos, ele chegou no hospital no pós-operatório de cirurgia de Revascularização do Miocárdio (Ponte de Safena) e teve feridas na perna onde retiraram uma veia para cirurgia, devido a um problema de circulação sanguínea periférica.
“É muito bom estarmos trabalhando com outros setores assistenciais, porque juntos nós apoiamos, damos orientação e vemos uma evolução em cada caso. É gratificante ser chamado para dar um parecer e ter apoio de toda a equipe na continuidade do tratamento. Em relação ao paciente, damos a oportunidade de ele resgatar a integridade cutânea. Isso é fantástico, porque ele pode ser reinserido na sociedade e no mercado de trabalho, por exemplo, e não ter mais algum tipo de incapacidade”, finaliza a enfermeira supervisora e membro da Comissão, Lídia Batista.
Fonte: Soraya Medeiros